Bloc Party faz playback no VMB 2008


SÃO PAULO - Depois de terem tocado e cantado no ensaio à tarde no Credicard Hall, os integrantes do Bloc Party usar playback nas duas músicas que apresentaram na noite de quinta-feira no VMB, a estréia da banda inglesa em terras brasileiras.

A decisão, tomada em cima da hora, foi recebida com vaias pela platéia da premiação da MTV, que esperava bem mais do grupo sensação do meio indie, que volta ao Brasil em novembro para fazer shows, desta vez ao vivo, em São Paulo (no Planeta Terra Festival, em 8 de novembro) e no Rio, (no Circo Voador, em 10 de novembro).

O grupo apresentou no VMB "Banquet", do primeiro CD "Silent alarm" (2005), e "Talons", do novo CD, "Intimacy", lançado em agosto na web e no formato físico no próximo dia 27. Horas antes da fatídica apresentação, o baixista do Bloc Party, Gordon Moakes, deu a entender que a performance do grupo no VMB deixaria a desejar.


- Estamos ansiosos para tocar no Brasil, mas é difícil, porque esta noite (do VMB) só são duas músicas. Não é tocar de verdade. Queremos voltar com a turnê, aí sim vocês verão a banda de verdade - avisou o baixista.


As razões para o grupo, cujas performances ao vivo costumam ser elogiadas por público e crítica, ter aberto mão de tocar no VMB são desconhecidas, até pela própria MTV, que limitou-se a aceitar o pedido do quarteto e soltar o playback.

Sabe-se que Gordon, Kele Okereke (vocal e guitarra), Russell Lissack (guitarra solo) e Matt Tong (bateria) chegaram a São Paulo na manhã de quinta-feira mesmo, vindos de Londres. Passaram por maus bocados no aeroporto, pois a mulher de Matt foi barrada pela imigração, impedida de entrar no Brasil e mandada de volta para a Inglaterra. Enfrentaram um trânsito caótico na saída de Guarulhos, o que é normal. Tentaram escapar do congestionamento e acabaram batendo o carro.


- Tudo isto nas nossas primeiras quatro horas no Brasil - disse Gordon.

Vida de roqueiro não é tão fácil quanto parece, mas eles não seriam os primeiros nem os últimos a tocar em condições adversas. O cansaço e o pouco tempo de ensaio até poderiam resultar em uma performance aquém das expectativas, mas nada seria tão decepcionante quanto o playback.

Outra justificativa para a escolha é que no exterior é comum usar e abusar do playback em programas de TV (no Brasil, a prática também é bastante difundida). E o Bloc Party está no meio de uma turnê mundial, com shows marcados em Moscou, Buenos Aires e Bogotá, antes de retornar ao Brasil. Vai ver, eles optaram para se poupar, sem imaginar que isto pudesse causar algum problema.